sábado, 8 de fevereiro de 2025

Escola Cervejeira Brasileira: Ela Existe? Quais Sabores Nós Criamos?

A Escola Cervejeira Brasileira já existe? Descubra os sabores únicos e os estilos 100% nacionais que estão revolucionando o mundo da cerveja artesanal!

Se você perguntar para qualquer cervejeiro apaixonado sobre as grandes escolas cervejeiras do mundo, as respostas provavelmente incluirão a alemã, a belga, a britânica e a americana. Mas e o Brasil? Será que já podemos dizer que temos uma escola cervejeira própria? E mais: quais sabores e estilos únicos nós criamos?

Bom, se tem uma coisa que o brasileiro sabe fazer é transformar e tropicalizar qualquer tradição que chega por aqui. E com a cerveja, claro, não seria diferente! Então, vamos mergulhar nessa gelada história para entender se já podemos falar em uma "Escola Cervejeira Brasileira".


O Que Define uma Escola Cervejeira?

Antes de decretarmos que o Brasil tem sua própria escola, é bom entender o que define uma escola cervejeira. Normalmente, considera-se uma escola cervejeira quando há um conjunto de:

  1. Técnicas e processos próprios
  2. Ingredientes regionais característicos
  3. Estilos de cerveja originais
  4. História e cultura cervejeira consolidada

Com isso em mente, vamos ver se o Brasil já cumpre esses critérios.


A Cara da Cerveja Brasileira

Se olharmos para os últimos 20 anos, a revolução cervejeira brasileira foi impressionante. Saímos de um mercado dominado por Pilsen massificadas para uma explosão de microcervejarias, festivais, sommeliers e cervejeiros caseiros inovando sem parar.

E é aqui que entra o grande diferencial do Brasil: nossa biodiversidade e nossa criatividade sem limites. Enquanto a escola alemã se baseia em pureza e tradição, a belga em fermentações complexas e a americana em lúpulos potentes, o Brasil traz algo único: a mistura de influências e ingredientes regionais.


Os Sabores que Criamos

O Brasil já pode se orgulhar de ter estilos próprios e sabores únicos no mundo da cerveja. Vamos dar uma olhada nos principais:

1. Catharina Sour: A Primeira Cerveja 100% Brasileira

Se existe um estilo que podemos chamar de 100% nacional, é a Catharina Sour. Criada em Santa Catarina, essa cerveja de alta fermentação segue a linha das Berliner Weisse, mas traz um toque bem tropical: adição de frutas brasileiras. Maracujá, goiaba, pitanga, jabuticaba... O céu (ou melhor, o pomar) é o limite!


Catharina Sour

2. Brazilian Wood-Aged Beers (Cervejas Maturadas em Madeiras Brasileiras)

O Brasil não tem carvalho? Sem problemas! Aqui, usamos amburana, bálsamo, jequitibá, ipê, castanheira e uma infinidade de madeiras para maturar cervejas, criando aromas e sabores impossíveis de replicar em qualquer outro lugar do mundo.

3. Cervejas com Ingredientes Nativos

Se a gastronomia brasileira é cheia de ingredientes exóticos, por que não usá-los na cerveja? O uso de cupuaçu, açaí, pequi, castanha-do-pará e erva-mate tem ganhado cada vez mais espaço e transformado receitas em verdadeiras experiências sensoriais tropicais.

4. Brazilian IPA?

Assim como os americanos criaram a West Coast Pale Ale e a New England IPA, o Brasil vem tentando encontrar sua identidade nesse estilo. Algumas cervejarias apostam em IPAs com frutas tropicais, outras exploram lúpulos brasileiros como o Comet e o Mantiqueira. Ainda não é um estilo formalizado, mas está a caminho!

5. A Reinvenção da Pilsen

A gente ama uma Pilsen gelada, isso é fato. Mas agora, as microcervejarias brasileiras estão resgatando esse estilo com mais personalidade: Pilsens artesanais, com mais lúpulo e sabores mais equilibrados, mostrando que até o clássico pode ter um toque brasileiro.


Então, Temos ou Não uma Escola Cervejeira Brasileira?

Se pensarmos que já temos técnicas próprias, ingredientes únicos, estilos originais e uma cultura cervejeira em ascensão, a resposta é: sim, estamos no caminho para consolidar uma Escola Cervejeira Brasileira!

Ainda há muito a evoluir e, claro, precisamos de mais tempo para sedimentar essa identidade. Mas uma coisa é certa: a criatividade brasileira já conquistou seu espaço no mundo da cerveja e promete seguir inovando, sempre com aquele jeitinho tropical e ousado que só a gente tem.

Então, da próxima vez que abrir uma Catharina Sour, uma cerveja maturada em amburana ou uma IPA tropical, lembre-se: estamos criando algo único e deliciosamente brasileiro. Saúde! 

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Autor: Thiago Neto

Autor: Thiago Neto
Minha expertise em cervejas vem da leitura do Larousse da cerveja, Guia Oxford da Cerveja, dentre outros e experiências em degustar variedades de cervejarias do Brasil e exterior, grandes e artesanais. Isso aprimorou minha compreensão de métodos de serviço, harmonização e degustação, ampliando meu conhecimento dos estilos cervejeiros.