Se você perguntar para qualquer cervejeiro apaixonado sobre
as grandes escolas cervejeiras do mundo, as respostas provavelmente incluirão a
alemã, a belga, a britânica e a americana. Mas e o Brasil? Será que já podemos
dizer que temos uma escola cervejeira própria? E mais: quais sabores e estilos
únicos nós criamos?
Bom, se tem uma coisa que o brasileiro sabe fazer é transformar e tropicalizar qualquer tradição que chega por aqui. E com a cerveja, claro, não seria diferente! Então, vamos mergulhar nessa gelada história para entender se já podemos falar em uma "Escola Cervejeira Brasileira".
O Que Define uma Escola Cervejeira?
Antes de decretarmos que o Brasil tem sua própria escola, é
bom entender o que define uma escola cervejeira. Normalmente, considera-se uma
escola cervejeira quando há um conjunto de:
- Técnicas
e processos próprios
- Ingredientes
regionais característicos
- Estilos
de cerveja originais
- História
e cultura cervejeira consolidada
Com isso em mente, vamos ver se o Brasil já cumpre esses
critérios.
A Cara da Cerveja Brasileira
Se olharmos para os últimos 20 anos, a revolução cervejeira
brasileira foi impressionante. Saímos de um mercado dominado por Pilsen
massificadas para uma explosão de microcervejarias, festivais, sommeliers e
cervejeiros caseiros inovando sem parar.
E é aqui que entra o grande diferencial do Brasil: nossa
biodiversidade e nossa criatividade sem limites. Enquanto a escola alemã se
baseia em pureza e tradição, a belga em fermentações complexas e a americana em
lúpulos potentes, o Brasil traz algo único: a mistura de influências e
ingredientes regionais.
Os Sabores que Criamos
O Brasil já pode se orgulhar de ter estilos próprios e
sabores únicos no mundo da cerveja. Vamos dar uma olhada nos principais:
1. Catharina Sour: A Primeira Cerveja 100% Brasileira
Se existe um estilo que podemos chamar de 100% nacional, é a
Catharina Sour. Criada em Santa Catarina, essa cerveja de alta
fermentação segue a linha das Berliner Weisse, mas traz um toque bem tropical:
adição de frutas brasileiras. Maracujá, goiaba, pitanga, jabuticaba... O céu
(ou melhor, o pomar) é o limite!
2. Brazilian Wood-Aged Beers (Cervejas Maturadas em Madeiras Brasileiras)
O Brasil não tem carvalho? Sem problemas! Aqui, usamos
amburana, bálsamo, jequitibá, ipê, castanheira e uma infinidade de madeiras
para maturar cervejas, criando aromas e sabores impossíveis de replicar em
qualquer outro lugar do mundo.
3. Cervejas com Ingredientes Nativos
Se a gastronomia brasileira é cheia de ingredientes
exóticos, por que não usá-los na cerveja? O uso de cupuaçu, açaí, pequi,
castanha-do-pará e erva-mate tem ganhado cada vez mais espaço e transformado
receitas em verdadeiras experiências sensoriais tropicais.
4. Brazilian IPA?
Assim como os americanos criaram a West Coast Pale Ale e a New England IPA, o Brasil vem tentando encontrar sua identidade nesse estilo.
Algumas cervejarias apostam em IPAs com frutas tropicais, outras exploram
lúpulos brasileiros como o Comet e o Mantiqueira. Ainda não é um estilo
formalizado, mas está a caminho!
5. A Reinvenção da Pilsen
A gente ama uma Pilsen gelada, isso é fato. Mas agora, as
microcervejarias brasileiras estão resgatando esse estilo com mais
personalidade: Pilsens artesanais, com mais lúpulo e sabores mais
equilibrados, mostrando que até o clássico pode ter um toque brasileiro.
Então, Temos ou Não uma Escola Cervejeira Brasileira?
Se pensarmos que já temos técnicas próprias, ingredientes
únicos, estilos originais e uma cultura cervejeira em ascensão, a resposta é: sim,
estamos no caminho para consolidar uma Escola Cervejeira Brasileira!
Ainda há muito a evoluir e, claro, precisamos de mais tempo
para sedimentar essa identidade. Mas uma coisa é certa: a criatividade
brasileira já conquistou seu espaço no mundo da cerveja e promete seguir
inovando, sempre com aquele jeitinho tropical e ousado que só a gente tem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário